quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Preconceito

Albert Einstein estava com 70 anos quando disse uma de suas frases mais famosas:

“Triste época essa nossa, em que é mais fácil desintegrar o átomo que erradicar preconceitos”...

Isso foi em 1949, e o grande físico era já um ancião, tendo falecido seis anos depois.


Na própria origem da palavra “preconceito” é possível encontrar seu significado: “pré” é o prefixo de “antes de alguma coisa”, e “conceito” é a idéia que se faz, também, de alguma coisa, pessoa ou fato. Em outras palavras, o juízo que fazemos antes de conhecer mais profundamente as características de uma situação ou pessoa.

O preconceito existe em todos os grupos sociais. Ele aparece porque, quando entramos em contato com situações ou pessoas estranhas ou desconhecidas para nós, os nossos valores, e interesses , muitas vezes, não nos deixam ver realmente o que é isso, que situação ou pessoa nova é essa. Nossas normas e valores culturais estão tão arraigados em nós que nem desconfiamos que possam existir outras formas de viver, amar e ser, que poderíamos talvez usar alternativamente para (re) conhecer pessoas e situações. Não conhecendo outras ferramentas que não as que usamos a vida toda como valores, o preconceito pode assumir características de rejeição, negação ou até mesmo violência, na medida em que pessoas que sejam diferentes ou vivam de outras formas, talvez nem tão diferentes assim de nossos padrões, são vistas como ameaçadoras da ordem como vemos as coisas. Para desfazer preconceitos, segundo Einstein mais difícil que desintegrar átomos, há que se fortalecer a idéia de que as pessoas são diferentes, embora haja tantas coisas comuns na diversidade. Há outras formas de viver e ver o mundo, diferentes daquelas que a maioria adota, e nem por isso essas outras formas são “erradas” ou “imorais”.

Para vivermos em ua sociedade harmoniosa, precisamos respeitar e tolerar o "outro".
Teoricamente, quase ninguém assume que tem preconceitos, sejam eles de raça, religião, posição social, orientação sexual e outros mais. Pelo menos até que não atinjam ninguém de suas famílias. É preciso, porém, urgentemente, transformar esses discursos "anti-preconceito" em ações reais e práticas, respeitando as individualidades pessoais. Espero com muita fé pelo dia que em que todos possam ter acesso à diversidade na escola, na rua e na vida, e saibam olhar as outras pessoas além das aparências, como Deus mesmo nos olha, de forma a viver bem com todos e todas. Que possam amar sem barreiras, porque foi essa a maior, a síntese de todas as lições que os Mestres de todas as religiões e filosofias nos ensinaram.